quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O VALOR COGNITIVO DA ARTE (texto de Aires Almeida) Lisboa,2005

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Que a arte tem valor é algo que ninguém contesta seriamente. Mas o que faz a arte ter valor? Formalismo, hedonismo e instrumentalismo estético são algumas das principais teorias candidatas a explicar o valor da arte. O formalismo defende que as obras de arte têm valor intrínseco e que este é independente de quaisquer aspectos extra-artísticos. O hedonismo defende que a arte tem valor porque é um meio para obter prazer. O instrumentalismo estético defende que a arte é valiosa porque nos proporciona experiências estéticas compensadoras. Por diferentes razões, nenhuma destas teorias do valor responde satisfatoriamente ao problema. Uma alternativa mais credível é o cognitivismo, de acordo com o qual a arte proporciona conhecimento, sendo esse conhecimento que justifica o valor da arte qua arte. Nesse sentido, argumenta-se que as obras de arte, incluindo muitas obras de música instrumental não programática, são objectos intencionais. Intencionalidade que decorre das suas propriedades expressivas e representacionais, sendo a música instrumental capaz de exprimir e também de representar emoções. Assim, o conhecimento proporcionado por muitas obras de música instrumental é um conhecimento experiencial do nosso repertório emocional e decorre das propriedades estéticas das obras musicais. Conclui-se, mostrando, por um lado, que o cognitivismo estético não está comprometido com a ideia de que todas as obras de arte têm valor cognitivo — mas apenas com a tese de que as obras de arte paradigmáticas têm, tipicamente, valor cognitivo — e, por outro lado, que também não está comprometido com qualquer teoria normativa da arte.
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Aluno: C_BERNAS

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