quinta-feira, 29 de abril de 2010

Leituras sobre Maquiavel e outras explicações

Na aula desta última segunda, um aluno estranhou que Maquiavel tenha sido apontado por Bobbio como um influente autor para pensar a democracia moderna. Procurei na internet algum texto curto e de fácil compreensão para entender o assunto um pouco mais.

Achei esse bem sucinto e fácil de compreender: Leiam em http://www.eap.ap.gov.br/revista/upload/artigo4.pdf

Também ficou nebuloso o nosso debate sobre a democracia na teoria medieval. Ali a discussão, na teoria medieval, é sobre o seguinte: o fato de existir uma monarquia (principado) significa que o povo não tem poder? Alguns autores defendiam que os principados, uma vez que não tenham mais legitimidade perante ao povo, caíam.

Ou seja, o povo tinha poder também nas monarquias, embora não votassem em seus príncipes. Outra discussão dentro da teoria da democracia medieval trata sobre a distinção entre quem tem o poder de fazer as leis (que sempre deveria estar nas mãos do povo) e de quem teria o poder de executar, de exercer o poder (que poderia estar nas mãos da monarquia ou nas mãos de alguém escolhido pelos legisladores, o que dá, também, margem para o início da concepção moderna de democracia).


Outra confusão foi a diferença entre Aristocracia e Oligarquia. Eis pequenos trechos retirados também do dicionário de Bobbio:

"Aristokratia, literalmente "Governo dos melhores", é uma das três formas clássicas de Governo e precisamente aquela em que o poder (krátos = domínio, comando) está nas mãos dos áristoi, os
melhores, que não eqüivalem, necessariamente, à casta dos nobres, mesmo se, normalmente, os segundos são identificados com os primeiros..."


"mais que de Aristocracia se fala de oligarquia, ou seja, daquela forma de Governo que será considerada por Aristóteles como um desvio da Aristocracia, na medida em que, na oligarquia, os
poucos governam no interesse dos ricos e não da comunidade, ao contrário do que acontece na
Aristocracia, uma das três formas de Governo (Política, III, 8, 1979b). Na república ideal delineada por Platão, o termo Aristocracia vem carregado dos valores primigênios do mundo grego, como exaltação da aretè, entendida não tanto como o arcaico e originário "valor" na guerra (um dos elementos em que se formava e fundava a classe antiga da nobreza grega) mas mais como virtude de sabedoria e conhecimento. Compete, na verdade, aos melhores, aos sapientes, aos sábios, enquanto perfeitos, conhecedores e possuidores da verdade, guiar o Estado, que é Estado ético, para alcançar o verdadeiro bem (República, II-V)."


Espero ter colaborado, bons estudos. Leandro

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