Oi pessoas.
Falamos dessa igreja na sala, na última segunda, a partir da fala do Wagner. Eu não lembrei o nome da denominação, mas encontrei esse site.
http://icmsp.org/portal/index.php
Lá encontramos as razões da criação da dita denominação.
Ainda para pensarmos sobre o gênero, deixo umas idéias de Butler:
"O gênero é a estilização repetida do corpo, um conjunto de atos repetidos no interior de uma estrutura reguladora altamente rígida, a qual se cristaliza no tempo para produzir a aparência de uma substância, de uma classe natural de ser" (p.59).
"A instituição de uma heterossexualidade compulsória e naturalizada exige e regula o gênero como uma relação binária em que o termo masculino diferencia-se de termo feminino, realizando-se essa diferenciação por meio das práticas do desejo heterossexual" (p. 45).
e sobre uma visão humanista e anti-humanista:
"(...) as concepções humanas do sujeito tendem a pressumir uma pessoa substantiva, portadora de vários atributos essenciais e não essenciais. A posição feminista humanista compreenderia o gênero como um atributo da pessoa, caracterizada essencialmente como uma substância ou um núcleo de gênero preestabelecido (...)". Butler não concorda com essa perspectiva, pois defende que "(...) o gênero não denota um ser substantivo, mas um ponto relativo de convergência entre conjuntos específicos de relações, cultural e historicamente convergentes" (p.28).
Ou seja, o gênero, qualquer gênero, é, antes de tudo, uma construção cultural, não está dentro de nós e nem foi determinado pelo nosso corpo, pela nossa genitália. É a cultura (no sentido bem amplo) quem fez a leitura desse nosso corpo e nos interpelou a assumir determinada identidade de gênero. E quem, de alguma forma ou de outra, rejeita essa interpelação, passa a ser lido por essa cultura como um gênero que não é legível. Gêneros legíveis são aqueles que seguem a norma preponderante, ou seja, a heteronormatividade.
Para concluir: todos temos gêneros construídos culturalmente, tantos os homens quanto as mulheres, heterossexuais ou não.
Butler, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão de identidade. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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