domingo, 22 de março de 2009

matéria sobre warhol publicada hoje na folha

como ganhar dinheiro hein???


Paris vê os ricos e famosos de Warhol

Na década de 60, Andy Warhol (1928-1987) cobrava US$ 25 mil para fazer retratos dos ricos e famosos que o procuravam. Começava por fotografá-los com sua polaróide e depois trabalhava a foto com cores por meio de uma técnica especial de serigrafia sobre tela.Os retratos eram feitos em múltiplas cores, e o retratado podia levar o primeiro por US$ 25 mil e os seguintes por US$ 15 mil cada um. Em geral, os milionários compravam vários.O marchand norte-americano Paul Polsky, autor do livro "I Bought Andy Warhol" (eu comprei Andy Warhol; ed. Bloomsbury, importado), ressalta que "a repetição é um elemento muito importante da estética de Warhol".Considerado um gênio da arte e dos negócios, o artista pop mais conhecido do século 20 gostava de dinheiro e do "grand monde", como os franceses costumam chamar o mundo dos ricos e poderosos.Trinta anos após uma grande retrospectiva feita nos Estados Unidos, o Grand Palais, em Paris, inaugurou na última quarta-feira a maior exposição do artista.Chamada "Le Grand Monde d'Andy Warhol" (o grande mundo de Andy Warhol), a mostra tem 143 obras e é dedicada aos retratos feitos por Warhol durante toda a sua carreira. Logo, as célebres latas de sopa Campbell e as garrafas de Coca-Cola estão ausentes.Mas podemos ver o magnífico "Última Ceia", de 1987, que não mostra os 12 discípulos ceando com Jesus, mas apenas um retrato de Cristo multiplicado 112 vezes.Indústria da arte"Com essa série de "portraits", Warhol retratou toda a sociedade, pondo em prática uma nova forma de produção artística, em série, quase industrial", escreve na apresentação da exposição o historiador de arte e curador Alain Cueff.Nomes como Mao Tsé-tung, Marilyn Monroe, Liz Taylor, Lênin ou Jacqueline Kennedy não chegaram a posar para a polaróide de Warhol. Ele os retratou a partir de fotos de outros fotógrafos.Na realidade, tudo começou com o retrato de Marilyn Monroe, feito em 1962, logo após a morte da atriz. O marchand do artista, Leo Castelli, o vendeu por US$ 1.800 ao colecionador Leon Kraushar, que o guardou até sua morte, em 1967, quando foi comprado por um alemão por US$ 25 mil.Em 1998, o retrato de Marilyn por Warhol foi revendido pela Sotheby's por US$ 17,3 milhões, um recorde na época para uma obra contemporânea. Atualmente, os preços dos retratos do artista começaram a cair, oscilando entre US$ 250 mil e US$ 800 mil.Obra retiradaAté sua morte, em 1987, Andy Warhol havia feito retratos de estrelas do cinema, como Liz Taylor, Brigitte Bardot e Jane Fonda; de astros do rock, como Madonna e Mick Jagger; de políticos, como Willy Brandt, o xá da Pérsia e Edward Kennedy; e de personagens do jet-set internacional, como Gianni Agnelli, Caroline de Mônaco ou a princesa Lee Radziwill, irmã de Jackie Onassis.A montagem da exposição foi perturbada pela polêmica entre o companheiro de Yves Saint Laurent (1936-2008), Pierre Bergé, e o curador Cueff. Os quatro retratos de Yves Saint Laurent feitos por Warhol haviam sido emprestados por Bergé para a exposição.Como foram colocados na sala Glamour, onde há retratos de outros estilistas como Giorgio Armani, Sonia Rykiel e Hélène Rochas, Bergé preferiu retirá-los por não concordar que Saint Laurent fosse visto como um simples "couturier" (costureiro), e não como um artista.Ele queria ver Saint Laurent ao lado dos retratos de Man Ray, Roy Lichtenstein e David Hockney. O curador não conseguiu convencer Bergé a deixar o quadro onde fora colocado. Na véspera da inauguração, Bergé mandou retirar Saint Laurent do Grand Palais.Apesar dessa lacuna, a mostra é uma síntese formidável da obra de um grande artista, muitas vezes confundido com sua imagem de mundano, cínico e cúmplice da superficialidade que cerca as celebridades.Não foi o próprio Andy Warhol quem disse que, no futuro, todo mundo teria 15 minutos de fama?

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